Ferdoblog

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ich bin der welt abhanden gekommen

A mais bela canção de todos os tempos!!

Eu perdi a noção do mundo
onde um dia eu gastei grande parte do meu tempo
nada tem se ouvido de mim por tanto tempo
que eles devem pensar que estou morto
na realidade eu pouco me importo
se o mundo pensa que eu morri
eu tbm não posso negar isso
pois eu realmente estou morto para o mundo
e repouso com tranquilidade
eu moro sozinho
no meu céu, no meu amor na minha canção

http://br.youtube.com/watch?v=bxh-VTqNK0c

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ah! Se eu tivesse uma arma!

Eu gostaria de compreender o por que das pessoas terem o prazer de atrapalhar o momento dos outros?

Domingo, dia chuvoso (já não era um belo domingo), mas eu estava bem. Estava até bem humorado.

Como quase todos os domingos fui até a sala São Paulo ver um concerto que prometia ser uma maravilha. Tocariam o concerto para Clarinete de Mozart, com um dos mais belos adágios escritos no período clássico.

Chegou o tão esperado momento, o clarinete começa aquele melodioso cantabile, o clarinetista esteve perfeito no primeiro movimento da peça e agora já no segundo ele começa tão bem que me arrepio todo. Logo nas primeiras notas tenho vontade de chorar.

A música vai se desenvolvendo, cada vez mais bela, nunca tinha ouvido tão linda interpretação esse concerto de Mozart. Assim que termina a primeira parte do segundo movimento a orquestra e solista voltam ao tema inicial, mas dessa vez eles tocam bem baixinho, com uma delicadeza impressionante! Estou indo agora ao total prazer de estar naquela sala naquele momento.

Bem NESSE momento uma velha desgraçada levanta fazendo um puta barulho, e andando como se o chão fosse de espuma e ninguém estivesse ouvindo o bater da porcaria do sapato dela no piso de madeira!

Exatamente no mesmo momento eu tenho vontade de pegar o pescocinho dela e torcer com toda a força, até que ela esteja definitivamente sem vida.

Ao terminar o concerto minha amiga ao lado comenta sobre a imbecil barulhenta e diz que entende o por que as pessoas matam no trânsito, pois algumas pessoas simplesmente não têm a menor noção do perigo. Eu na mesma hora pensei que se tivesse uma arma teria de fazer um esforço sobre-humano para não atirar na velha!

Agora eu pensei também por que as pessoas fazem isso, por que esperam o momento menos adequado de fazer barulho para aproveitar e fazer MUITO barulho?

Será que seria carência e naquele momento todos com certeza prestarão atenção na pessoa? Será que essas pessoas têm prazer em atrapalhar o momento feliz das outras? Será que a essas pessoas falta a sensibilidade para entender que estão atrapalhando o mais belo momento do concerto todo? Ou será que são tão ignorantes para entender o que estão fazendo?

Eu acho que independente de qual dessas quatro alternativas esteja a correta, deveriam colocar um detector de metais na porta de cada sala de concertos do mundo, principalmente na sala São Paulo que é a que mais freqüento!

domingo, 21 de setembro de 2008

Seu Olhar!

Quando eu conheci você a primeira coisa que notei foram seus olhos verdes. De um verde comum, mas que conquistaram logo de cara. Fui passeando por todo detalhe que pudesse pescar de sua personalidade. Sem nem lembrar seu nome, resolvi aguardar o momento em que o repetiria para assim saber a quem pertenciam aquele belo par de olhos.

A música então começa, a orquestra toca seu primeiro acorde, me viro para o lado e vejo seu lindo rosto feliz por aquele momento, feliz de me conhecer feliz por mais uma vez arriscar machucar-se.

Conhecer você não foi fácil, complexo, mas ao mesmo tempo tão gratificante a oportunidade de estar ao seu lado. Os momentos de carinho mais que especiais, no seu abraço me senti amado, mesmo que, talvez esse não seja o sentimento real. Mas como me senti bem!

Os seriados, as músicas, os desentendimentos, a feira, a ópera, os concertos, Curitiba, a família, o livro com CDs, o Mestiço, meu aniversário, meu pneu furado, meu carro quebrado, o seu Ipod, seu apartamento, sua rede e sua cama. Isso tudo não sai da minha mente e nunca sairá. Momentos dos quais sempre guardarei na memória.

Sua mão macia com perfeito desenho, levemente sempre acariciava alguma parte do meu corpo.

Muitas vezes rude, mas eu nunca acreditei na sua frieza. No fundo eu sempre soube que tu eras a doçura que tanto tens medo.

Mas depois de tudo, de nada teria valido se não fosse no primeiro momento e sempre o seu olhar!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

“Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver”.

Essa poesia, uma das mais lindas que eu conheço de Vinícius de Moraes e musicada por um dos maiores gênios que esse país já teve Tom Jobim. Pelo menos nessa afirmação poucas pessoas se atreveriam a discordar. Mas como sempre isso não importa!

Apesar de se tratar de uma bela poesia, é das mais mentirosas do mundo. Imagine um mundo onde todos fossem iguais a paixão de um Zé Mané qualquer. Podemos pegar como exemplo a Sra. Laura Bush que provavelmente é apaixonada, ou não, pelo Georgie. Partiremos do princípio que ela seja. Se ela desejar que essa poesia se torne realidade imagine o inferno que seria viver.

Agora imagine um mundo onde todos possam se apaixonar várias vezes e desejar que todos fossem iguais as suas paixões. Estaremos então ampliando muito mais as possibilidades de um mundo melhor pra viver. Não que seria uma maravilha, depende muito das paixões de quem estamos falando. Mas do que isso importa se o assunto do qual eu gostaria de falar é a monogamia?

A monogamia é uma certeza quase que geral na raça humana (apesar de poucos praticarem). Salvo alguns povos mais desenvolvidos, ou não, onde a poligamia faz parte da cultura e de alguns animais safadinhos, na verdade a maioria deles, bimbar com a mesma pessoa por 70 anos virou moda e das antigas. Mas será que isso faz parte da natureza do ser humano?

Os autores do livro “Monogamia” David Barash e Judith Eve Lipton escreveram sobre uma sugestão muito interessante da antropóloga Margaret Mead de que a monogamia é o mais difícil de todos os arranjos humanos e também um dos mais raros de serem praticados. Ela sugere também que os seres humanos não são “naturalmente” monógamos, assim como a maioria dos animais que por muito tempo imaginavamos serem.

Poderíamos tomar como exemplo as aves que nem de longe podem ser consideradas monógamas, mas tendem a esse comportamento. Esses seriam os seres mais próximos do comportamento humano na questão da monogamia. Querem, mas raramente conseguem. Se perguntarmos aos nossos parentes mais próximos os primatas o que eles pensam sobre isso dificilmente obteríamos uma resposta uma vez que primatas não falam a nossa língua, mas imaginemos que sim, então esse seria mais ou menos o diálogo:

King Kong: Bon Jour!

Laura Bush: Shit, it speaks spanish!

Edith Piaf: Tu parle portugais?

King: um pouco!

Edith: ótimo, então me diga o que você pensa sobre a monogamia?

King: como? Não to entendendo?

Edith: Monogamia, você sabe, fazer amor com a mesma pessoa por toda vida!

King: mocinha vem cá, eu não faço amor eu trepo!

Edith: ah vai cagar, eu também trepo e não fui nada monógama, mas você entendeu minha pergunta e não se faça de burro!

King: não entendi mesmo, isso não faz parte do meu estilo de vida!

Edith: mas vocês são nossos parentes mais próximos, deveriam saber e praticar a monogamia, uma vez que nossos genes são tão parecidos.

King: olha aqui moça, eu nem te conheço direito e você vem aqui querer cortar uma das minhas poucas diversões.

Edith: Ta bom, ta bom! Não precisa também rir da minha cara! Vai uma vodka?

King: opa valeu!

Laura Bush: They speak beautiful Italian!

Em resumo, macacos não fazem idéia do que seja a monogamia, não praticam e são nossos parentes geneticamente mais próximos, talvez não os mais inteligentes, mas temos genes parecidos.

Então seria da nossa natureza manter relações apenas com uma pessoa?

Eu diria que além do sexo que talvez seja a parte mais fácil da monogamia desde que bom, a falta de liberdade de escolha entre casais apareça como um dos maiores problemas. Vamos supor que eu fosse casado e um grande amigo me convide para ir ao cinema ver King Kong estrelando Laura Bush e Edith Piaf (só hipoteticamente, para os cinéfilos) e minha cabeça diz sim na mesma hora. Claro quem poderia perder esse filmão? Mas eu respondo ao meu amigo que vou ligar para minha esposa e confirmar com ela se iremos!

Como já conheço minha esposa, e sei que ela “adora” filmes de ação, ao pegar o telefone já estou tremendo e sabendo a resposta, mas torço pra que hoje ela esteja de bom humor.

Brad Pitt: Olá querida tudo bem?

Angelina Jolie: mais ou menos to com uma dor de cabeça!

Brad: (fodeu) Amor, o Tom (Cruise) nos convidou para ver o filme novo da Edith e da Laura, King Kong, tá afim?

Angelina: Poxa vida paixão você sabe que detesto a Laura e não to querendo ver a Edith, ela tava meio morta da última vez!

Brad: (porra) ta amor eu vou ligar pro Tom e dizer que não vamos! (vaca)

E assim o homem (mulher) abdica das suas vontades pelo bem de sua (seu) querida (o) e amada (o) esposa (o). Por quanto tempo hein?

E no sexo não é diferente. Todos nós olhamos para o lado enquanto estamos com alguém. O mundo ta cheio de gente gostosa (e não também). Então se imaginarmos o filme sendo uma mulher gostosa, (ou homem para os adeptos) por que eu devo deixar de assistir somente por que o mundo quer, mas eu não? Ou somente por que minha esposa quer, mas eu não? Por que minha esposa que me ama tanto quer me ver infeliz por não fazer aquilo eu tenho vontade no momento?

Eu deixarei de gostar da minha esposa se eu puder uma vez ou outra escapar? Muito mais provável eu parar de gostar se toda a minha liberdade for tirada de mim.

E sim eu acho bonito casais monogâmicos, por mais ridículo que eles possam parecer. Viver a poligamia dói e não é para qualquer um!

Esse não é um texto contra a monogamia, em hipótese alguma. Meu intuito era mostrar que a Laura Bush como todo bom americano sabe que Buenos Aires fica no Brasil!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Fito Páez

Por volta das 23:30 resolvi ir pra cama entediado pra variar. Já havia pensando em todas as possibilidades de ficar bem mas resolvi por último que a melhor opção seria mesmo dormir.

Liguei a tv (televisor para os mais antigos) e assisti meu sonífero favorito o Jornal da Globo com William Waack. Não demorou muito e assim que falaram que a UNIFESP era melhor universidade brasileira já podia sentir as primeiras babas querendo pular da minha boca.

Lá pelas tantas uma voz muita chata começou a gritar no meu ouvido, bem lá no fundo, não sabia se era um pesadelo ou se ainda estava acordado. A voz foi ficando mais alta, e mais alta e cada vez mais ele gritava Gritava GRITAVA e eu acordei com a porra do Fito Páez latindo alto no Jô “1:30” (até nome de cachorro ele tem, vem cá fito, vem?). Tudo isso por que o botão do SLEEP do meu controle remoto da tv (televisor para os mais avançados) está quebrado e sempre algo me acorda de madrugada, mas isso não importa.

O que importa é que o Fito Páez canta mal pra caralho e é considerado o “melhor” roqueiro do país vizinho e um dos melhores artistas de todos os tempos. Depois disso fiquei a madrugada toda pensando sobre uma discussão que tive com uma das pessoas que mais gosto no momento sobre a formalização da arte.

No blog dessa mesma pessoa eu li um pequeno diálogo, muito bem criado por sinal, sobre a censura se deve ou não acontecer e tenho minha opinião sobre isso mas falarei um pouco sobre a Formalização da Arte primeiro.

A arte não deve ter limites, ou deve? Na verdade é melhor que tenha. Mas vamos partir do princípio que ela não tenha limites, não enquanto criação. No ponto inicial da arte que é a criação vale tudo. Vale rolar no molho de tomate e depois se enxugar num pano branco, vale chamar a Sandy pra cantar Villa-Lobos, vale fazer filmes com a Sandy, vale até cagar na cara da Sandy e isso seria considerado arte por muitos (ninguém mandou ela comprar os direitos das Bachianas Brasileiras nº5). Agora vem o ponto chave da antiga discussão: enquanto criação pode valer tudo, agora na reprodução vale qualquer coisa? Pode-se alterar a arte sem que se esteja criando nova arte? Ou ainda existe certo e errado na reprodução da arte. (por eu amar música leia-se música quando digo arte)

Um exemplo disso, se eu for à um concerto e uma trompa devesse emitir uma nota lá, porém por um problema de saliva acumulada essa mesma trompa em uma leve guinchada emitir um sol, nesse momento o artista errou ou não? Algumas pessoas diriam que não pois na arte vale tudo. Mas se estamos em um concerto e a proposta é de tocar a Sinfonia nº3 de Gustav Mahler com a trompa naquele momento emitindo uma nota lá, se ele emitir um sol ele errou sim. E se disserem que ele não errou, concordariam que o trompista tem o direito de modificar a música assinada por outro compositor da maneira como ele quiser.

Na verdade o artista tem esse direito sim, mas voltaremos para o campo da criação onde baseado na obra de um outro artista, esse se utiliza dela para fazer sua própria arte e assina-la. Modificações são bem vindas e muitas das grandes obras de um compositor são um conjunto de idéias de compositores anteriores. A música é a arte onde o erro pode sim ocorrer, nunca no processo criativo, pois por mais imbecil que uma música seja ela ainda é música e não cabe a ninguém dizer se está certa ou errada, ela simplesmente é música.

Já em um concerto pode-se variar muitas coisas como andamento, volume e cadência, sendo que cada maestro tem uma velocidade diferente para o termo presto, andante, ou um volume diferente para fortíssimo ou pianíssimo, não podendo exigir que a reprodução da velocidade ou volume sejam as mesmas da estréia da composição anos atrás, o que seria além de tudo humanamente impossível. Mas não se pode nunca variar a nota escrita em uma partitura sem que isso não se caracterize como uma modificação à partitura original. Então não estaremos mais falando da Sinfonia nº3 escrita tão inteligentemente por Gustav Mahler. Ou estaremos?

Mas nada disso importa, importa que o Fito Páez me acordou gritando desafinado. E nesses momentos sou total a favor da censura! Né Sandy?